Evento Sustentável: Como a Economia Circular Pode Aumentar Seu Lucro e Reduzir Custos
- marketingseivajr
- 14 de nov.
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Grandes eventos podem gerar entre 2,5 a 3,5 kg de resíduos por participante por dia, segundo o Manual de Gestão Sustentável de Eventos do ICLEI. Assim, em um festival com 100 mil pessoas, isso ultrapassa facilmente 300 toneladas de resíduos em um único fim de semana, um volume que custa caro para transportar e destinar.
Essas perdas impactam diretamente o orçamento e a imagem das empresas, revelando uma dor crescente em um setor bilionário. A indústria de eventos está entre as que mais crescem no mundo e o Brasil é um dos protagonistas nesse cenário. De conferências e festivais, o país entrou no Top 15 global de destinos para o turismo de negócios, segundo o Ministério do Turismo e a ICCA (International Congress and Convention Association), Embora o valor exato movimentado varie, estima-se que o setor gere bilhões em receita anualmente.
A boa notícia? É possível mudar esse cenário.
Com estratégias de economia circular, os resíduos deixam de ser custo e passam a gerar valor, transformando eventos em exemplos reais de sustentabilidade e eficiência. Nesse modelo, em vez de descartar após o uso, busca-se reintegrar os materiais ao ciclo produtivo, reduzindo custos, emissões e desperdícios e, ao mesmo tempo, fortalecendo a experiência do público e a imagem da marca. Assim, a economia circular aplicada a eventos representa um novo paradigma, no qual cada etapa é planejada para gerar impacto positivo e resultado sustentável.

O que é Economia Circular ? E por que ela é essencial nos eventos?
A economia circular é uma nova forma de pensar a produção e o consumo. Em vez de seguir o modelo linear, que extrai, produz, consome e descarta, ela busca eliminar o conceito de “lixo”, priorizando a regeneração de recursos e a circularidade de materiais, assim repensando todas as etapas do ciclo produtivo.
Mais do que um modelo econômico, é uma mentalidade de inovação, eficiência e sustentabilidade, onde o que antes era desperdício se transforma em oportunidade. Empresas que aplicam esse modelo já observam resultados reais, como redução de custos logísticos e fortalecimento da imagem da marca, mostrando que sustentabilidade e lucro podem, sim, andar juntos.
Nos eventos, aplicar esse conceito significa pensar de forma circular em todas as etapas: antes, durante e depois da realização:
Antes do evento: planejamento circular
Tudo começa no planejamento. A escolha de fornecedores locais e sustentáveis, o uso de materiais recicláveis e a elaboração de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) são passos essenciais.
Além disso, o design circular do espaço, com estruturas modulares, reutilizáveis e de baixo impacto, reduz o custo total e facilita desmontagens e reaproveitamento.
Como mostra Kwarteng et al. (2022), estratégias sustentáveis bem planejadas aumentam o interesse de patrocinadores e melhoram a experiência do público, porque mostram compromisso real com o meio ambiente e reduzem desperdícios.
Além de fortalecer a imagem do evento, essa postura também gera retorno de longo prazo, tanto financeiro quanto reputacional.
Um bom exemplo é o Rock in Rio, que há anos incorpora ações de economia circular, como copos reutilizáveis, coleta seletiva e logística reversa para embalagens.
Em 2022, o festival coletou 110,5 toneladas de resíduos em apenas dois dias (Agência Brasil, 2022) e, em 2024, estabeleceu a meta de reduzir mais 14 toneladas (A Redação, 2024).
Essas medidas não apenas reduzem o impacto ambiental, mas também diminuem custos operacionais com descarte e transporte de resíduos, além de aumentarem o engajamento de patrocinadores e marcas alinhadas a práticas sustentáveis.
Durante o evento: circularidade em ação
Durante o evento, a circularidade se traz em ações práticas que unem eficiência operacional e responsabilidade ambiental.
A coleta seletiva: Instalação de pontos de descarte bem sinalizados e parceria com cooperativas locais para garantir o reaproveitamento correto dos resíduos.
Reutilização de materiais: montagem de estruturas modulares e uso de cenografias reaproveitáveis, que reduzem custos de produção e desperdício.
Energia renovável: uso de painéis solares temporários ou contratação de fornecedores com compensação de emissões de carbono.
Mobilidade sustentável: incentivo ao transporte coletivo, caronas e bicicletas, reduzindo a pegada de carbono dos participantes.
Essas práticas mostram que a economia circular vai além do discurso: é uma estratégia de gestão que gera economia, eficiência e reputação positiva.
Um case de sucesso é o Carnaval do Rio de Janeiro, onde parcerias entre escolas de samba, cooperativas e a prefeitura garantem a coleta e o reaproveitamento de toneladas de materiais recicláveis , como latas e garrafas PET que antes iriam para o lixo. Essas ações geram renda para centenas de catadores, reduzem o volume de resíduos enviados aos aterros e provam que grandes eventos podem unir impacto social e sustentabilidade econômica (Movimento Circular, 2023).
Após o evento: legado e mensuração
Encerrar o evento não significa encerrar o impacto.
A circularidade contínua com o reaproveitamento dos materiais, a mensuração das emissões e resíduos evitados e a elaboração de um relatório de impacto ambiental, esse relatório não apenas consolida dados, mas ajuda empresas a comunicar seus resultados de forma transparente e técnica, como cada ação contribuiu para reduzir impactos, gerar economia e fortalecer o propósito da marca.
Quando bem comunicados, esses resultados inspiram o público, engajam patrocinadores e ampliam o legado positivo do evento.
Segundo Rehman et al. (2021), o uso de métricas ambientais fortalece a imagem corporativa e atrai investidores que priorizam práticas ESG (Environmental, Social, Governance).
No Brasil, iniciativas como o Green Nation Fest, em Brasília, e o Lollapalooza Brasil, têm se destacado por medir e comunicar seus relatórios ambientais, pós-evento sobre logística reversa, energia limpa e emissão de carbono.
O Green Nation fortaleceu sua credibilidade institucional e ampliou parcerias ao divulgar relatórios transparentes sobre logística reversa e energia limpa, tornando-se referência em educação ambiental.
Já o Lollapalooza reduziu custos operacionais e atraiu grandes patrocinadores ao adotar ações de compensação de carbono e reaproveitamento de materiais, fortalecendo sua imagem como um festival consciente e inovador.
Casos como esse mostram que é necessário investir em práticas circulares, isso é uma decisão que une estratégia, reputação e sustentabilidade.
Resultados que vão além do ambiental
Implementar a economia circular em eventos traz retornos múltiplos:
Financeiros: Estudos como os da Confederação Nacional da Indústria (CNI) indicam que práticas circulares podem reduzir os custos logísticos em até 30%, além de fortalecer a reputação das marcas e atrair patrocinadores alinhados com critérios ESG.
Sociais: Integração de cooperativas, geração de emprego e capacitação local.
Ambientais: Diminuição da pegada de carbono e valorização dos resíduos como recurso.
Corporativos: Fortalecimento da reputação e aderência às metas dos ODS (8, 9, 12 e 13), da Agenda 2030 da ONU.
Esses benefícios reforçam o que Barros et al. (2020) chamam de “tripé sustentável”: prosperidade econômica, justiça social e equilíbrio ambiental.
Casos Brasileiros Inspiradores Além do Rock in Rio, outros eventos no país estão incorporando práticas circulares com resultados expressivos:
COP30 (Belém – 2025): o plano de sustentabilidade prevê a reutilização integral das estruturas temporárias, gestão circular dos resíduos e meta de carbono zero, posicionando o Brasil como referência internacional em eventos sustentáveis ONU Brasil (2024).
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Parada Sustentável de São Paulo: ao implementar logística reversa e reaproveitamento de lonas e cenografias, o evento conseguiu reduzir em até 40% o volume de resíduos descartados e fortalecer sua imagem como vitrine de diversidade e responsabilidade ambiental.
Festival Path (São Paulo): priorizando fornecedores locais e compensação de carbono via créditos ambientais, o festival reduziu custos logísticos, aumentou o engajamento de marcas parceiras e consolidou sua reputação como um dos eventos mais inovadores da América Latina.
Esses exemplos mostram, na prática, que a sustentabilidade é também um diferencial competitivo, capaz de atrair público, patrocínio e visibilidade internacional.
Como a Seiva Jr. Pode Transformar o Seu Evento
Na Seiva Jr, acreditamos que a sustentabilidade só é real quando é aplicada com método, mensuração e propósito. Por isso, ajudamos empresas e organizações a integrar a economia circular desde o planejamento até o pós-evento, por meio de:
Elaboração de PGRS personalizados, com foco em circularidade e inovação;
Gestão de resíduos durante o evento, conectando cooperativas e fornecedores sustentáveis;
Relatórios de impacto e indicadores ambientais, que medem resultados e apoiam comunicações ESG;
Assessoria em comunicação e engajamento, ajudando a contar histórias reais de sustentabilidade;
Capacitação das equipes e integração dos ODS nos processos internos.
Com nossa equipe multidisciplinar, garantimos que cada evento seja um laboratório vivo de sustentabilidade, capaz de gerar valor econômico e social, e inspirar o público a repensar o descarte.
A economia circular deixou de ser tendência para se tornar um diferencial competitivo no setor de eventos.
Adotar práticas circulares é reduzir custos, otimizar recursos e fortalecer a imagem da marca perante clientes e patrocinadores.
A Seiva Jr., ajuda empresas que desejam dar esse passo com planejamento, soluções personalizadas e impacto real. Entre em contato e descubra como tornar seu próximo evento mais eficiente, sustentável e rentável.
Referências
BARROS, M. A. et al. Economia Circular e Sustentabilidade Corporativa. Revista Brasileira de Gestão Ambiental, 2020.
BVRIO. Circular Economy and Climate Solutions for Waste Management in Brazil. 2024. Disponível em: https://www.bvrio.org
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA (CNI). Economia Circular: Estratégia para a Indústria Brasileira. Brasília: CNI, 2021. Disponível em:https://www.portaldaindustria.com.br/cni/canais/industria-sustentavel/temas-de-atuacao/economia-circular/.
ECLIPSE SUSTAINABILITY REPORT. Greener Events: The Impact of Sustainable Planning on Audience Growth. 2014.
KWARTENG, A. et al. Integrating Circular Economy into Business Models. Sustainable Business Review, 2022.
REHMAN, H. et al. Corporate Sustainability and ESG Metrics in Event Operations. Environmental Economics Journal, 2021.
